sábado, 3 de dezembro de 2011

Eu não gosto de quem se preocupa com trocados, eu não gosto de quem conta folhas gastas ou de quem abre mão do que é bom por uma economia porca.
Eu não gosto de quem controla os movimentos, de quem controla as impressões, de quem fiscaliza com mero intuito repressor de condutas indesejadas e de quem não abre mão para o outro não ir embora.
Eu não gosto de quem não faz questão ou de quem faz tipo quando precisa. Eu não gosto de quem faz tipo.
Eu não gosto de quem só quer um ouvinte, eu não gosto de quem só tem problemas e não gosto de quem acha tudo bom e bonito. 
Eu não gosto de dores crônicas, de infelizes crônicos, de desafortunados crônicos e de quem não supera o fim da relação dos outros.
Eu não gosto de quem pergunta e não ouve a resposta.
Eu não gosto de quem nunca tem tempo, eu não gosto de quem nunca tem telefone, eu não gosto de quem nunca tem roupa, eu não gosto de quem nunca tem folga.
Eu não gosto de quem chega sempre cedo, eu não gosto de quem está sempre preparado, eu não gosto de quem acha que é o rei da manipulação.
Eu não gosto de quem não topa programa de índio com os amigos e nem de amigos que só chamam pra programa de índio.
Eu não gosto de quem frustra expectativas, eu não gosto de quem falta no dia do amigo oculto.
Eu não gosto de quem ama só o que já passou, eu não gosto de quem só planeja o futuro, eu não gosto de quem vive só o presente.
Eu não gosto de quem abraça quem não gosta da mesma forma que abraça quem gosta. Abraços servem para aconchegar quem é especial!
Eu não gosto de quem confidencia segredos com quem não tem intimidade.
Eu não gosto de quem acha que nunca está bom, eu não gosto de quem acha que está sempre bom, eu não gosto de quem não acha nada.
Eu não gosto de quem não arrisca, nem tampouco de quem não transmite segurança a quem está próximo.
Eu não gosto de quem fala suave, eu não gosto de quem só enxerga o que consegue ver, eu não gosto de quem acha que o governo está sempre certo.
Eu não gosto de quem age como se não se importasse, eu não gosto de quem fala para despejar hipocrisia, eu não gosto de quem diz que não sofreria se estivesse no lugar de quem está sofrendo.
Por um minuto (ou dois) eu não gosto de quem eu gosto quando eles fazem certas coisas.
E não me gosto quando eu faço qualquer destas coisas.
E isso é só isso. Não significa mais nada. Não altera nada. Não piora em nada o que está ruim. O não gostar é tão transitório e superficial... é uma coisinha!
E apesar de isso não significar em hipótese alguma que eu escolha viver com o que eu não gosto, eu gosto de não gostar.
O não gostar eventual é o que mantém o gostar contínuo mais atraente.
E a vida segue, e a gente vai levando...